sábado, 16 de março de 2013

Não é normal





Não é normal. Eu começo a sentir o cheio do seu perfume do nada. Isso já aconteceu em vários lugares diferentes e meus olhos começam a te procurar agora, entre as quatro paredes do meu quarto. Chego perto da janela aberta e olho para baixo, imaginando que talvez você esteja em frente a porta da minha casa, com um buquê de flores nas mãos. Mas você não está. Então começo a me perguntar se falei algo que não devia ontem à tarde, só porque já é quinta-feira e faz dois dias que não nos falamos.

Imagino mil e uma besteiras porque à essa altura não me sinto tão segura quanto deveria em relação a você. Olho o celular de dez em dez minutos, pensando que talvez tenha deixado passar alguma mensagem, alguma ligação. Abro meu notebook e checo se há algum e-mail na minha caixa de entrada, mas a gente se falou apenas duas vezes por ele, quando viajei no fim do ano passado. Não há nenhuma notificação no Facebook nem mensagem no chat. Paro e desligo todos os aparelhos eletrônicos. Isso não é normal.

Você atrasa alguns minutos, mas já é suficiente para eu começar a achar que não vem. É hoje que eu recebo o meu primeiro bolo. Penso em levantar da mesa do restaurante e atravessar correndo aquela porta de vidro que até agora não o vi atravessar. Vinte minutos são aceitáveis, penso, e me acalmo. Mais dez minutos e a atenção se volta para a minha roupa. Poderia ter escolhido alguma coisa melhor do que calça jeans com salto e blusa de cetim branca, mas foi essa combinação que aprovei no meu reflexo no espelho antes de sair. Algumas pessoas começam a se levantar e olham para a minha mesa com ar de piedade. Desvio o olhar. Trinta minutos e ainda estou aqui. Isso não é normal.

Prometo que se você não atravessar por aquela porta no próximo minuto, não quero te ver nunca mais. Mas não é necessário. Quem eu tanto esperava, chegou e agora ocupa o seu devido lugar, em frente à mim. Pedindo desculpas, sem jeito e um pouco suado, mas ainda lindo. As borboletas voltaram e fazem a festa no jardim do meu estômago. As neuras não fazem mais sentido nenhum, minha insegurança parece coisa de criança e agora o que me preocupa é a falta de ar que sinto quando você me olha. É tudo normal. É puro amor.

2 comentários:

  1. Que lindo, realmente esse ar de insegurança nos domina quando amamos alguém e ficamos ansiosos para ver-lo. Ótimo texto!


    Carol fiquei muito feliz por você, e que incrível tanta semelhança assim entre nós hahah Te desejo muito sucesso viu?

    Beijos
    http://comoumrefugio.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Pois é, incrível semelhança!haha
      Obrigada linnda! <33

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