Rumo ao aeroporto meu
coração lamenta. Algumas coisas valiosas foram deixadas para trás e agora estão perdidas como aqueles quilômetros que já percorremos. A minha felicidade e o meu sonho estão cada vez mais distantes e eu os assisto ficarem para trás através da janela do carro, contra o meu eu.
Um turbilhão de sensações me invade agora, enquanto estou sentada
no banco desse carro, faz quase meia hora, em silêncio: a raiva, o medo, o arrependimento, a angústia, a paixão desmedida me invadem e eu não sei qual delas escolher. Eu apenas continuo olhando fixamente para frente, fecho os olhos e rezo a Deus em sussurro para que esse sofrimento chegue ao fim. A vida mudou todas as perguntas, fazendo-me questionar respostas que eu pensava que já sabia.
Antes de pegar a estrada, eu tinha certeza de que era essa a decisão
que eu deveria tomar ou o que é mais sincero dizer, eu já havia
me conformado. Não sem lutar, mas lutando com todas as minhas
forças, até elas descarregarem e o adversário vencer-me pelo
cansaço, não permitindo que existisse nenhuma oportunidade para que eu pudesse recarregá-las.
Papai colocou o
braço em volta de mim e como se assim pudesse trazer solução e conforto apenas com palavras, disse-me:
– Vai
ficar tudo bem querida, vai dar tudo certo, você vai ver. Eu quero apenas o seu melhor...
– O senhor me entende, eu sei que entende, já tiraram de você algo que amava muito, deveria me apoiar papai –
agora eu olhava para ele, com os olhos cheios de lágrimas – Eu sei
o quanto amava a mamãe, quanta falta ela te faz e que se pudesse
voltar no tempo...Teria feito tudo de novo, exatamente como fez, com toda a
intensidade e amor, sem arrependimentos. Você lutou pelo que queria. Deixe-me agora lutar pelos meus sonhos, pelo meu amor...
– Você é jovem ainda Mírian e não entende o que é melhor para você...Tem apenas 18 anos, não sabe quase nada da vida...
– Eu sei papai, eu sei sim. Eu sei que deveria estar vivendo os meus sonhos e não os seus. Jamais desejaria te desapontar, mas eu não quero ir, suas escolhas não são as mesmas que as minhas, eu preciso que o senhor saiba...– respirei fundo e engoli todas as lágrimas que seriam derramadas naquele segundo – Eu não quero fazer medicina...Eu quero ser atriz...Eu finalmente entrei na escola de teatro que sonhei durante anos fazer parte e quero continuar a estudar lá, não quero fazer faculdade no Rio Grande do Sul. Finalmente encontrei aqui alguém com quem eu posso dividir o meu sonho, que vai me fazer companhia quando a tempestade chegar. Alguém que não vai fugir, mas dançar comigo na chuva...Alguém que me ama de verdade...– deixei as lágrimas caírem sem medo, chorei.
Meu tio estava dirigindo o carro e ouviu tudo, eu sabia, mesmo sem ter visto ele dar nenhuma olhada pelo retrovisor do carro. Abracei papai e continuei ali por uns dez minutos, até que ele disse:
Meu tio estava dirigindo o carro e ouviu tudo, eu sabia, mesmo sem ter visto ele dar nenhuma olhada pelo retrovisor do carro. Abracei papai e continuei ali por uns dez minutos, até que ele disse:
– Filha, você tem certeza que o ama? – ele me perguntou enquanto eu ainda estava em seus braços, eu balancei a cabeça dizendo que sim – Tem certeza que é isso o que você realmente quer?
– Tenho pai, tenho certeza. É isso que eu quero.
– Então, Lúcio...Faça a volta. Vamos para casa – eu levantei a cabeça e o beijei no rosto. Agora nós dois sorríamos: ele, timidamente; eu, com tamanha felicidade que não cabia mais em mim – Vamos voltar para o lugar ao qual pertencemos. Ele é realmente um bom rapaz , veio conversar comigo, não queria que você fosse embora, eu pude ver nos olhos dele que a amava, mas não queria aceitar que minha menina havia crescido. Para mim filha, você continua sendo um bebezinho, minha princesinha...
Eu sorri para ele mais uma vez. Abri a minha bolsa e tirei a carta de Gabriel de dentro. Senti o perfume e a apertei contra o peito.Não via a hora de estar novamente junto dele, em seus braços, seus carinhos. Não via a hora de estar com o meu amor.
– Eu sabia que seu pai faria isso Mírian – meu tio parou o carro, virou-se e sorrio para nós dois enquanto falava – foi o que o nosso pai fez 26 anos atrás...
Olhei para o meu pai, continuava sorrindo, sabia exatamente do que meu tio estava falando. O amor sempre vence. Agradeci a Deus por tudo. Por tudo.
31ª Edição Imagem Projeto Suas Palavras
Que graciiinha, Carol! *-* hihi
ResponderExcluirO amor sempre vence! o/ Gostei do q o tio falou, q foi o q o pai dele fez a 26 anos atrás. ^^ hehe
Vou te ajudar no lay, c o q sei. uahauh
As fts q peguei n qer abrir no PhotoScape! ;((
nseipq. '-'
Ahh, e obrigadão por recomendar meu blog aqui: *o*
Caroline, volte sempre no PSP.
ResponderExcluirVoce escreve muito bem, continue crescendo, beijo.
Att, Pâmella Ferracini
ps, aproveitei e segui seu blog, depois, caso queire, passe no meu blog, Moulin Rouge *-*
queira'
ResponderExcluirObrigada Anna! :D
ResponderExcluirÉ,seu blog está em minhas recomendações e de nada!
Obrigaaada Pâmella!
Pode deixar, voltarei ao PSP...Que bom que está seguindo meu blog, estou seguindo o seu também ;)