segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A gente ainda vai se encontrar por aí




É tarde quente de Outubro e eu sei que ainda vou te encontrar por aí, quando as aulas terminarem. Um pouco menos de dois meses e a escola não estará mais em nossos roteiros. Não nos veremos mais com aquela farda branca e azul entrando na sala ás sete horas da manhã de segunda á sexta. Mas eu gostava de como ela caia bem em você. Gostava do jeito que me olhava indagando como eu poderia ficar cada dia mais bonita vestindo elas.

Como se a saudade estivesse lhe dando um conselho antes de apoderar-se do seu coração, eu recebo aquele que seria o mais forte, longo e doce abraço que me lembro de termos dado. Suas mãos passeiam pelas minhas costas e eu sinto sua respiração em minha nuca enquanto busca guardar o cheio do meu perfume e dos meus cabelos. Eu também sinto o seu cheiro, tenho guardado em minha memória há muito tempo. Só o que desejo agora é aproveitar o melhor que posso de tudo que se desencadeia no fato de ter seu corpo colado ao meu. E, como se quisesse se desculpar de qualquer mau que pudesse ter me feito, olha firmemente em meus olhos com as mãos segurando meu cabelo e a testa colada na minha. Tudo bem, não foi nada.

Eu sei que ainda vamos nos encontrar por aí, os olhares se cruzando e se encontrando cheios de entusiasmo. Daqui há alguns anos, talvez, quando eu já estiver na faculdade, mais mulher e sem ter perdido aquele jeito de menina que tanto gostava. Ou daqui há alguns anos, com a saudade arrombando a porta, quando você me enviar algumas mensagens com medo de ligar e, sem receber retorno, descobrir que meu número mudou. Mas você vai tentar me conquistar de novo, só para me ver corando em sua frente como antes e arrancar sorrisos com palavras sussurradas que tinha consciência do efeito inebriante que causavam aos meus sentidos.

Você vai lembrar de mim em meio a dezenas de garotas histéricas tentando, a todo custo, conseguir um pouco da sua atenção e como eu te trazia tranquilidade e paz. Em uma tarde fria de abril, as memórias daquela quarta-feira chuvosa em que fomos assistir um filme no sofá de sua casa, irão te visitar. Lembra? Fui até a cozinha como se já tivesse conhecido sua casa antes, preparei bolo e chocolate quente para nós dois. Me aconcheguei em seus braços como se fosse o melhor travesseiro do mundo. Nos beijamos entre conversas e brincadeiras, esquecendo onde estávamos e deixando o filme rolar. Deixando as coisas rolarem.

Foi inútil, não foi? Quero dizer, tentar não se apaixonar. Fugir. Evitar. Mas eu já disse que tudo bem. A gente, com certeza, vai se encontrar de novo. Por aí, em uma tarde fria enquanto esperamos a chuva passar em alguma lojinha de conveniência. Encontraremos tempo para conversar, relembrar os tempos bons de escola. Vou te convidar para tomar chocolate quente em minha casa. Dessa vez, você prepara.


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